Frameworks de Arquitetura Corporativa

A grande evolução da tecnologia da informação nas décadas de 80 e 90, em conjunto com o processo de downsizing dos mainframes e o advento da computação pessoal, fez com que houvesse uma proliferação de sistemas de informação nas organizações, muito deles sendo feitos dentro dos próprios departamentos, no coração das áreas de negócio, sem grandes preocupações com interoperabilidade e reuso de funcionalidades comuns a diversos setores. Além disto, nesta época, a TI em muitos casos era vista como uma atividade secundária dentro da empresa e não tinha um papel determinante na execução do plano estratégico.

Diversas iniciativas de integração nas organizações

Esse cenário começou a ser identificado e parcialmente corrigido, uma década mais tarde, com o advento de iniciativas como os Data Warehouses, o Processamento Distribuído e os sistemas ERP (Enterprise Resource Planning). Até hoje, há uma grande preocupação em promover a integração da empresa, em todos os seus níveis, como mostra a figura ao lado:

A despeito de todo o mérito e resultados obtidos das iniciativas anteriores, o xis da questão não conseguiu ser atendido. O pleno conhecimento de toda a complexidade que uma grande organização pode atingir só pode ser alcançado com a estruturação e definição de uma arquitetura completa da organização, ou seja, de uma arquitetura corporativa. Em tempos de globalização e grandes inovações, onde a tomada de decisão depende da informação, a arquitetura corporativa se torna fundamental na implantação de estratégias para aumentar ou manter as vantagens competitivas.

A origem da arquitetura corporativa remonta à década de 80, quando foi publicado o Framework de Zachman onde foi proposto a organização da corporação em uma matriz dividida em seis dimensões (O quê, Como, Onde, Quem, Quando, e Por quê) por 6 níveis de domínios arquiteturais. Mais tarde, o framework de Zachman foi classificado como uma Ontologia, mas serviu de base e inspiração para todos os outros frameworks que viriam após ele.

Evolução dos Frameworks de Arquitetura Corporativa

Evolução dos Frameworks de Arquitetura Corporativa

Após isso, houve o aparecimento de diversos frameworks que tratam estas questões e possibilitam a organização da visão arquitetural com seus elementos e as suas relações. Os frameworks também proporcionam a organização da iniciativas de TI, uniformizam termos e linguagens organizacionais, aceleram o funcionamento da TI, definem a organização dos dados e construção de visões. Além disso, incluem o alinhamento estratégico da organização com seus processos de negócio, aplicações, dados e tecnologia. Todos esses artefatos e visões normalmente são apoiados e suportados por algum tipo de Ferramentas de Gestão da Arquitetura Corporativa dentro da organização.

Os frameworks mais conhecidos são: TOGAF (The Open Group Architecture Framework), DoDAF (Department of Defense Architecture Framework), FEAF (Federal Enterprise Architecture Framework) e o PEAF (Pragmatic Enterprise Architecture Framework). Em próximos posts, iremos discutir as principais características destes e outros frameworks.

 

Ricardo Sul

Ricardo Sul

Ricardo Sul é mestrando e graduado em Sistemas de Informação na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Está cursado mestrado em Sistemas de Informação, com a linha de pesquisa Sistemas de Apoio ao Negócio e com foco em Arquitetura Empresarial pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Trabalha como consultor, desde 2012, em projetos de empresas públicas e privadas, além de professor em cursos de extensão. Possui experiência em projetos de gestão de regras de negócio e regras de autorização, arquitetura empresarial, modelagem de processos de negócio, levantamento de requisitos e desenvolvimento de sistemas.

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