As 5 Camadas Fundamentais da Arquitetura Empresarial

Na maior parte das organizações, a área de sistemas de informação teve sua evolução ao longo das décadas passadas de forma “departamentalizada”, originando diversos sistemas de informações isolados entre as áreas de negócio. Apesar da departamentalização ter contribuído para um grande fator de sucesso na informatização das empresas, ela trouxe consigo um grande ônus: a falta de integração dos sistemas de informação. Ao longo do tempo, diversas iniciativas tiveram grande êxito em tratar o problema de falta de integração, desde os sistemas ERP até as tecnologias específicas de barramentos, serviços WEB, SOA, entre outras.

Entretanto, mesmo com todas essas evoluções, muitas organizações médias e grandes ainda possuem um ambiente operacional muito complexo, principalmente pela necessidade sempre presente de responder rapidamente as demandas dos negócios. A falta de conhecimento de todos os “componentes” da organização é muito comum, principalmente quando extrapolamos a situação para além dos sistemas de informação, incluindo também os dados, os servidores, a infraestrutura, os diversos processos de negócio e como tudo isto se relaciona entre si. A confusão pode ficar bem grande como podemos ver neste vídeo.

Neste contexto, a Arquitetura Corporativa, ou Arquitetura Empresarial é a disciplina que busca conhecer todos os componentes de uma organização, como eles relacionam entre si e com o ambiente externo, e a partir daí, derivar as transformações tão necessárias no ambiente operacional para acompanhar as estratégias da organização. Veja neste post mais informações sobre o que é a Arquitetura Corporativa.

Atualmente, existem diversos frameworks que endereçam essas questões e ainda incluem o alinhamento da estratégia da organização com os processos de negócio, aplicações, dados e a tecnologia que a suportam. Dentre esses frameworks, os mais conhecidos são o Framework de Zachman e o TOGAF.

Todos os frameworks disponíveis, de uma maneira ou outra, dividem a arquitetura da organização em Domínios Arquiteturais. Existem diversas propostas para a divisão dessas camadas, entre elas a proposta representada na figura abaixo que divide a organização em cinco domínios arquiteturais, desde a estratégia da organização até a infraestrutura tecnológica. Esses domínios também são conhecidos como camadas da Arquitetura Corporativa.

Sem títuloA Estratégia tem o objetivo de descrever e modelar as principais metas e objetivos da organização alinhados com a sua missão e visão. É uma atividade que está associada ao planejamento estratégico que a organização faz, normalmente em um horizonte de 5, 10 ou 20 anos.

A Camada de Negócio descreve o modelo de negócio da organização, mapeia seus macroprocessos, detalha os processos de negócio, podendo chegar até o nível de atividades e tarefas.

A Camada de Aplicações descreve e organiza todos os sistemas de informação utilizados na organização, além de serviços, componentes, processos em batch e tudo que pode ser relacionado ao processamento da informação. Esta camada também tem como objetivo mapear todas as integrações e interfaces entre esses componentes, indicando quem usa determinado serviço de quem e o porquê.

A Camada de Informação mapeia e descreve todo o conjunto das classes de dados de alto nível do negócio, define os dados mestres da organização, indica as diversas possíveis versões e fontes de dados espalhadas pela organização e relaciona com os sistemas de informação que as utilizam.

Por fim, a última camada, chamada de Camada Tecnológica, ou Camada de Infraestrutura define a tecnologia de servidores, redes de comunicação e equipamentos que suportam as aplicações e dados da organização.

 

Rafael Targino

Rafael Targino

Rafael Targino é Consultor de TI e possui Mestrado em Engenharia da Computação pela COPPE/UFRJ. Possui experiência de 15 anos na área de TI atuando como gerente de projetos na área de desenvolvimento de software e prestando consultoria na área de Arquitetura Corporativa, Business Intelligence. Possui experiência na área de Logística atuando em projetos de construção de Sistemas de Obtenção em diversas organizações públicas como Marinha, Aeronáutica e Ministério do Planejamento. Na indústria, participou de projetos em empresas como Petrobras, Ipiranga, Furnas, Eletronuclear, entre outras. Atualmente atua como consultor de produtos IBM e como Professor Universitário nas áreas de Engenharia de Software e Banco de Dados.

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